quinta-feira, 20 de outubro de 2016

Kindle ou não kindle, eis a questão!



Vamos fazer de conta que este post é o post que eu gostaria de ter lido há um ano e que estou enviando do futuro para o meu eu do passado e totalmente indeciso sobre comprar ou não um e-reader.

Basicamente, discorrerei em oito tópicos sobre minha experiência com o e-reader que acabei adquirindo: o Kindle Paperwhite.


Bateria

Basicamente, conexão à internet e iluminação própria são os dois dispositivos que consomem significativamente a bateria do aparelho.

A iluminação própria é um dispositivo da versão Paperwhite do kindle - alguns modelos mais antigos não a possuem. É uma luz diferente da emitida pelos dispositivos eletrônicos - parece iluminação proporcionada por abajur, sendo mais confortável para a leitura; como consome energia, só a uso quando realmente necessário. A luminosidade não é controlada por um botão ligar/desligar, mas por intensidade de iluminação - desde a mais alta à ausência completa de luz.

Como a conexão também consome bastante energia, coloco-a em modo de avião para economizar; só ligo a conexão wi-fi quando quero receber algum arquivo novo e organizar a biblioteca. Com os dois cuidados - pouca iluminação e modo de avião - percebo que a bateria dura semanas e até meses. Daqui a pouco recarregarei meu kindle e nunca me lembro da última vez que fiz isso. Dura, mesmo!

Manuseio

Essa parte pesquisei bastante antes de comprar. Tenho um minipavor de adquirir um produto tecnológico e ficar refém de manuais explicativos - aquela cena de tirar o produto da caixa, estar cercada por plástico e isopor e tentar conceber o funcionamento do aparelho para, no final, ficar chupando dedo espremendo plástico-bolha, sabe? 

Acho que essa é a segunda função do plástico-bolha, por sinal: desestressar!

Enfim, gosto de pesquisar como funciona um produto para ter certeza de que ele atenderá às minhas expectativas e será incorporado ao meu dia-a-dia. É bem meu jeito de tomar decisões: no passo da tartaruga, ponderando muito bem para não voltar atrás.

Nossa, que bad, a Bárbara não volta atrás nas decisões dela?
Não. Não porque eu seja orgulhosa ou cabeça-dura, mas porque ponderei tanto e tão bem que não há motivo para voltar atrás - a melhor decisão a ser tomada consiste na que acabo tomando, não há o que reconsiderar.

Quanto ao kindle: o manuseio é MUITO SIMPLES, como muita gente já tinha me dito. Mostraram-me um vídeo de 28 minutos em que a Tatiana Feltrin, com uma minúcia fantástica, compara os três leitores digitais dela: Kindle (da Amazon), Lev (da Saraiva) e Kobo. Ela mostra em tempo real os botões, as funcionalidades, a estética do dispositivo... enfim, é que nem um manual de instruções, só que mais dinâmico e fácil de entender. A internet tá aí para ajudar a gente, né?

O kindle me atraiu por ser rápido e intuitivo. Você não precisa desligá-lo ou esperar longamente para poder utilizá-lo; é só pegar que ele estará ali, prontinho para uso. O aparelho, além de compacto, possui umas lindas imagens de descanso que somem quando você toca a tela, sendo substituídas imediatamente pela última janela aberta - a última página lida, por exemplo. As opções que o kindle oferece são simplesmente muito acessíveis e o manuseio pelo toque, nas versões mais recentes, é muito tranqüilo.

Você pode editar o tamanho e o tipo de fonte do texto, o que é maravilhoso; há algumas edições físicas difíceis de se ler por causa da diagramação, um problema que desaparece no livro digital. Você pode grifar trechos e inserir notas - excelente para os maníacos-mor do marca-texto! - e organizar o kindle por coleções de livros ou categorias. 

Por exemplo, tenho coleções de: "clássicos", "ficção fantástica/científica", "filosofia e ciência", "psicanálise" e "espiritualidade". Tenho também coleções para "Harry Potter" e "Instrumentos Mortais" porque achei que merecessem menções honrosas pastinhas à parte. :D

Por falar em coleções de livros, como passar os arquivos para o kindle? Bom, por meio da conexão à internet, como dito no outro tópico - você manda tudo para o endereço de e-mail Amazon que adquire ao comprar o aparelho - ou pelo bom e velho USB, por exemplo. Pessoalmente, prefiro adquirir os arquivos por download, acho mais prático.

Suporte e atendimento

Ouço relatos de excelente atendimento por parte da equipe da Amazon. A experiência que mais me colocou à prova diz respeito à vez em que tentei converter para kindle um pdf escaneado (e não digitalizado); como deu zebra, excluí o arquivo, porém, mesmo após a exclusão, meu kindle ficou muuuuito lerdo. Deu um pouco de angústia, e meu impulso foi o de querer reiniciar o sistema. O ponto é que você não reinicia o kindle no dia-a-dia, não tem necessidade - ele entra em modo de descanso e está pronto para uso a qualquer momento. Então joguei no google "kindle lerdo"; o primeiro item que surgiu na busca foi uma explicação detalhada da Amazon, mostrando como reiniciar o sistema e possíveis causas do problema. Resolvi em dois tempos e estou feliz com meu kindle rápido e funcional.

Memória

Olha... tem muita. Nem sei o quanto de memória há no sistema, para falar a verdade. Só vou chuchando um livro atrás do outro. Cabe muita coisa!

Leitura

Delícia das delícias. Acho que todos sabemos as vantagens do livro físico: o saber tradicional, o cheirinho de livro novo ou velho, o carinho, a intimidade, as apalpadelas, o prazer de riscar e de virar páginas, a utilidade decorativa... mas o kindle tem uma vantagem que o livro não tem: conforto.

Sim: o kindle é mais confortável. Admitamos.

Justamente porque você não tem que mudar de posição e se ajustar às mudanças de páginas. É só clicar, na posição em que você está! Como ele é muito leve, dá para segurar com uma mão só - além disso, o dispositivo deixa o e-book aberto no último ponto em que você parou. Conforme já dito, dá para ajustar a fonte e o tamanho das letras, consultar o dicionário, grifar e acrescentar notas. 

Mas como mudar de página, procurar dicionário, grifar e anotar? Por clique. Intuitivamente dá para dominar os tipos de cliques; existe um clique mais "macio" para grifar ou acrescentar notas e outro mais rápido e "duro" para virar a página. É bem intuitivo, mesmo - de toda forma, quando você liga o aparelho pela primeira vez, existe ainda um passo-a-passo fofinho explicando o processo.

Outro detalhe está nos dicionários; alguns e-books vêm com descrições em inglês sobre algumas palavras, e você pode escolher se quer ler o livro em um nível básico, com várias demarcações explicativas, ou se não precisa disso. A versão em francês de "Os Miseráveis" que comprei, porém, não veio com esse auxílio, mas, como o kindle já vem com dicionário, eu posso clicar "macio" na palavra que aparece tanto o significado dela quanto opções para destacar o trecho selecionado ou acrescentar uma nota.




E-books e compatibilidade

A Amazon em si é uma livraria muita rica para aquisição de e-books, mas existe também a opção de assinar por cerca de 20 dinheiros uma quantidade de e-books que você baixa para o seu kindle e depois devolve - uma biblioteca virtual. Eu mesma não utilizo essa biblioteca, mas sei de pessoas que a curtem bastante. 

Muita gente usa o kindle mais para leitura casual, mas, para mim, ele também tem utilidade acadêmica. Todos aqueles artigos e capítulos de livros em pdf que temos de ler, sabem? Então transfiro o máximo possível para o kindle.

E aí vem a pergunta que sempre aparece: "Kindle lê pdf?"

Ele não lê bem o pdf, não é bom para imagens, e sim para arquivos de texto. É por isso que eu converto todos os meus arquivos para mobi.

E aí entra a diferença entre os textos em pdf que são escaneados e os que são digitalizados - nunca prestei muita atenção nisso até obter um kindle. Basicamente, o escaneado está em modo de imagem, e o digitalizado, de texto. O kindle NÃO lida bem com imagem. Ele é um chuchuzinho para textos, um primor de aparelhinho, mas imagem não é com ele. Então, quando o arquivo em pdf é DIGITALIZADO, é só converter para o modo de compatibilidade dele - no caso do meu, em mobi.

São várias opções de conversão em modo de compatibilidade: quando você adquire um kindle, a Amazon cria para você um endereço de e-mail "kindle"; você só precisa anexar o pdf, escrever "convert" no assunto e enviar para seu e-mail kindle - e, de lá, baixar para o seu aparelho. O e-book, contudo, não aparece com capinha na biblioteca do kindle ( ='( ), mas é legível.

Outra opção é instalar um programa conversor no computador, mas nunca fiz isso.

Existe também a opção de fazer upload em algum site que converte para você. Faço isso quando quero ao máximo preservar a formatação antiga, como a capa do arquivo, a diagramação e etc.

Enfim, uso MUITO o kindle para fins acadêmicos e também para o lazer, inclusive convertendo artigos acadêmicos em pdf para o modo de compatibilidade aceito pelo aparelho.

Não costumo ler histórias em quadrinhos - e imagino que o kindle não seja o aparelho mais apropriado para isso.

Praticidade

O kindle é muito leve e fácil de carregar; como bem disse a Tatiana Feltrin, finalmente é mais prático ler "Os Miseráveis" e "Anna Karenina" fora de casa - imagine só ter de carregar as edições físicas por aí! O preço de cada e-book é até mais baixo que o de uma edição de bolso; o aparelho é mais leve e com uma dinâmica de leitura mais confortável, já que a fonte é ajustável. Simplesmente dá para levar uma biblioteca inteira com você! Se você, como eu, lê uma penca de livros ao mesmo tempo e vai escolhendo de acordo com o humor, não precisa, por exemplo, selecionar um específico para o dia - leve o kindle na bolsa e leia o que der na telha.

Se você tem a intenção de viajar muito ou de morar fora do país, o kindle é uma excelente opção. É meio triste se apegar aos livros físicos e ter de se desfazer deles, não?

Enfim: o kindle é prático e confortável.

Minha rotina

Apesar do exposto acima, ainda não carrego meu kindle por aí; na realidade, ele me quebra o galho em prismas econômicos e acadêmicos. Essencialmente, funciono em pdf desde o início do século XXI; ler artigos no computador ou sob qualquer veículo de luz azul é muito cansativo, especialmente se isso consome boa parte da rotina, por isso o e-reader se torna um investimento válido. Hoje, penso duas vezes antes de comprar um livro e SEMPRE pesquiso se há versão e-book - para a qual dou preferência. É tão incrivelmente fácil lidar com kindle que posso dizer seguramente que foi a minha melhor aquisição neste ano.

Quando ele chegou, em uma caixa bonitinha e tudo o mais, só precisei ligá-lo e mexi nele com absurda tranqüilidade - como se não houvesse feito outra coisa da vida. Foi uma facilidade garantida pela praticidade do aparelho e por uma pesquisa prévia.

É... esta é uma resenha que gostaria de ter lido quando não entendia bulhufas de e-reader. Espero que seja útil para alguém! 

Por fim, deixo duas resenhas excelentes que contribuíram para minha tomada de decisão: o vídeo da Tati Feltrin e o post da Gabi Barbosa.


~Dúvidas? Experiências com e-reader? Compartilhe! :D~


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